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Medicina Tradicional Chinesa e a Vida: Primeiro, Meditação (parte I)

O mês passado no curso de acupuntura, a professora, Fernanda Catarucci, deu uma apresentação muito informativa sobre os oito pilares da visão de Medicina Tradicional Chinesa (MTC). O que segue, em grande parte, é uma reprodução da aula.



Medicina Tradicional Chinesa visa o autoconhecimento contínuo. Para alcançar esse objetivo, a TCM é construída em oito pilares: Meditação, Movimento Corporal, Dietoterapia, Feng Shui – saúde ambiental, Fitoterapia, Moxabustão/Ventosa, Acupuntura, e Massoterapia. Estes são divididos em dois grupos com os primeiros quatro pilares (Meditação, Movimento Corporal, Terapia Dietética, Feng Shui) considerados centrais porque qualquer um pode fazê-los sem ajuda e estes quatro são destinados a manter uma vida equilibrada usando "auto cura". O segundo conjunto de pilares são secundários e suportam os quatro primeiros porque representam ações que geralmente incluem a ajuda de um especialista.


Sem dúvida, o pilar mais importante é a de Meditação devido ao seu impacto na nossa saúde física e na consciência: é onde você aprende que você é tudo e nada. Existem várias formas de meditação: formas ativas, contemplativas, induzidas, etc., que trabalham com a respiração e como lidar com o ego. É o estado de auto observação constante para trabalhar com quem nós somos, o que estamos sentindo e o que o ambiente está trazendo para nós. Em outras palavras, a Meditação através da respiração, ajudar em dois níveis: primeiro, no nível da nutrição energética; e segundo, no nível como função de ponte entre a consciência e a inconsciência.


A medicina chinesa começa com a compreensão de Qi - energia vital - que existe em todo o mundo, inclusive em

nossos corpos. Quando nascemos, recebemos uma quantidade fixa de essência Qi de nossos pais; quando não tem mais qi-essência, morremos. Esse tipo de Qi é apenas um tipo de energia que nosso corpo usa. Podemos influenciar o uso dessa essência vital que nos faz viver mais ou menos tempo através da energia Qi pós-natal que vem de duas outras fontes: o ar e a alimentação. Por esta razão, a respiração é tão importante e o porquê a meditação é um pilar importante na MTC.


No dia-a-dia quase nunca pensamos na forma que estamos respirando. Quando rimos de verdade, ou quando cantamos, o ar entra, vai mais profundo e de forma saudável, entra pela nariz e sai da boca. Porém, quando estamos irritados, estressados, ou até sentados numa postura torta, os músculos do nosso corpo (por exemplo, das costas, da nuca, no tórax e do abdome) são mais apertados, e o ar não chega tão profunda e perdemos a qualidade dessa nutrição. Em seguida, o nosso corpo precisa acessar o Qi essência, ou seja, diminuir a nossa provisão limitada. A meditação é uma forma que nos ajuda treinar a respirar bem e melhora a qualidade do Qi pós-natal com a finalidade de oferecer mais tempo e qualidade de vida.


A segunda função da respiração pela Meditação é como a ponte entre a consciência e a inconsciência. O que acontece na nossa cotidiana corrida é estressante e o tempo todo a nossa mente não para de falar e controlar nossas atitudes. O resultado é que não respiramos bem, ficamos tensos, nossos pescoços e partes traseiras começam a doer, assim que nós não respiramos bem. Não recebemos suficiente Qi externo circulando no corpo, então o corpo usa o Qi da essência. Para pôr fim a este tipo de ciclo, precisamos aprender a lidar com este estresse e/ou falta de paz. Precisamos prestar mais atenção às conversas internas que vêm da nossa consciência e do subconsciente, isto é, temos de enfrentar o nosso ego.



O ego é o grande servidor que em sua função positiva mantem a autoestima a base de quem a pessoa é, traz informações, e ajuda a pessoa colocar prioridades. Ele olha uma situação e define como momento “yin” ou “yang” - um momento de observar ou agir. Desta forma, estamos num estado de yin ou yang o tempo todo, sempre em movimento e isso é algo normal. Porém, o ego é muito forte e tem a tendência de ir além dos seus limites, ou seja em vez de servir e passar informações, ele toma o papel de “governador” e sem cuidado ele começa de incluir comentários desnecessários. Por exemplo, quando você está numa fila no banco durante almoça e com pressa, e a pessoa na sua frente está demorando, nesse momento, a pessoa na sua frente que precisa de ajuda vira “uma chata que deveria ir no banco num outro horário porque todo mundo sabe que durante almoço, todo mundo está com pressa.” Em outras palavras a informação do servidor, “vai demorar na fila”, vira reclamação e julgamento da pessoa. Agora a situação influencia o seu ânimo, e no final você começa identificar-se demais com o ego que diz que você tem toda razão de reclamar e julgar. Como servidor, o ego somente precisa interpretar a situação como, “vai demorar no banco, o que você quer fazer, fica ou volta num outro horário?”.


A Meditação ajuda separa-nos do estado de refém da nossa mente, nós ensina observar as nossas conversações internas, as atitudes e ações. A respiração durante a meditação traz o estado que vem antes deste julgamento, um estado harmonioso e tranquilo que vem do lado do inconsciente. Aprendemos a aceitar situações e nossas vidas de emoções sem julgamentos desnecessários e colocar o ego de volta no seu cargo como servidor.



De acordo com a Medicina Chinesa, o melhor horário seria entre as 3 e 5 horas da manhã e no caso isso seria difícil fazer, pode estender este horário até as 7 horas. Mas A Meditação é um exercício tão bom que o mais importante é para incluí-lo no seu dia-a-dia a qualquer horário.

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